A iniciativa "Unidos na luta contra as DTN" organiza regularmente webinars para a nossa rede de parceiros, concebidos para manter os parceiros informados, partilhar recursos úteis e proporcionar espaço para colaboração e feedback. Veja os diapositivos e as perguntas do webinar realizado em 26 de março de 2024.

Perguntas e respostas da reunião

Quais são os vossos objectivos de financiamento tendo em conta a análise apresentada e o contexto de 2024? Há alguma DTN em particular que, na vossa opinião, irá atrair mais financiamento do que outras?

Temos objectivos de financiamento para cada resultado da nossa estratégia. Globalmente, pretendemos mobilizar 2 mil milhões de dólares (mantendo os fundos existentes e assegurando novos fundos) para as DTN ao longo de cinco anos.

O nosso Conselho de Administração aprovou a nossa estratégia de mobilização de recursos, centrada nas doenças de eliminação e em África. Esta estratégia é combinada com esforços de sensibilização centrados em todas as DTN, a nível mundial.

Pacotes de mobilização de recursos - doenças de eliminação em África

A mobilização de recursos requer especificidade em termos de pedido, necessidade e custo. Como deve saber, há diferentes exercícios de cálculo de custos que ainda estão a decorrer na comunidade das DTN para determinar para que é que precisamos de angariar fundos e quanto é que isso vai custar.

Enquanto este trabalho estiver em curso, continuaremos a apoiar pacotes específicos de mobilização de recursos à medida que estiverem prontos. Tendo isso em mente, as nossas prioridades para 2024 baseiam-se em pacotes prontos - por exemplo, Reaching the Last Mile (oncocercose e filariose linfática), STH e esquistossomose, ESPEN, PEP para a raiva e praziquantel pediátrico. Teríamos todo o gosto em falar com os parceiros que trabalham com doenças de eliminação para perceber quais são os outros pacotes de mobilização de recursos em que podemos trabalhar e apoiar. São concretos? São específicos? Estão orçamentados, formando um pacote de trabalho que possamos apresentar aos doadores? Podemos, então, começar a compreender o aspeto desse pacote e, depois, quando surgir a oportunidade, podemos pegar nele.

Defender recursos para todas as 21 DTN - a nível mundial

Continuaremos a defender a totalidade do conjunto das 21 DTN, sobretudo para ver até que ponto algumas das DTN de controlo podem ser integradas no pacote de benefícios para a saúde a nível nacional.

No âmbito do nosso resultado "os países endémicos aumentam os recursos", também defendemos que os países endémicos aumentem os orçamentos nacionais da saúde para fazer face a todas as 21 DTN (dependendo das DTN que afectam o país) e para apoiar os seus planos directores a nível nacional.

O nosso sítio Web e a nossa narrativa também comunicam sobre todas as DTN e continuaremos a trabalhar com as comunidades de doenças para manter as nossas páginas Web de doenças.

Também trabalhamos para sinalizar oportunidades de financiamento de DTN com os países (para qualquer DTN relevante para os critérios desse fundo, por exemplo, Fundo de Financiamento Global, Fundo Global, Fundo Pandémico).

Finalmente, reconhecemos que muitos parceiros estão a fazer um trabalho fantástico em muitas áreas diferentes, incluindo a mobilização de recursos para doenças específicas - por exemplo, a liderança do Centro Carter na erradicação da doença do verme da Guiné, o Wellcome Trust na mordedura de cobra e o ICTC no tracoma. Não queremos ser duplicados.

Será dada prioridade aos novos recursos para colmatar as lacunas na eliminação, especialmente no que se refere às questões de gestão integrada dos vectores, incluindo as avaliações One Health, etc.? Como é que vão definir as prioridades para onde os novos recursos serão direccionados?

Como já foi referido, estamos a apoiar a agenda de eliminação na sua totalidade, o que significa apoiar tudo o que for necessário para chegar à eliminação das diferentes doenças, o que pode incluir a mobilização de recursos para a I&D, a implementação, etc.

Se o trabalho estiver orçamentado e disponível, teremos todo o gosto em discutir a forma como o poderemos apoiar e angariar fundos para o mesmo.

Que oportunidades de promoção do financiamento prevê em termos de alteração dos padrões de ocorrência das DTN e da sua propagação a novas áreas? É mais provável que os países mais ricos sejam afectados pelas DTN no futuro?

O clima e as DTN é uma área interessante que está a ganhar força. O Reino Unido publicou recentemente um relatório que destacava a dengue como uma das ameaças mais significativas para a saúde pública do país. Estamos vendo alguns grandes surtos de dengue, particularmente na América do Sul, bem como em algumas partes da Europa, e este foi um tema fundamental na COP28. Além disso, a DNDi fez um excelente trabalho mostrando o impacto da doença de chagas nos EUA, como na Flórida.

Portanto, sim, estamos vendo os países doadores tradicionais serem cada vez mais afetados pelas DTNs. Há um argumento para financiar as DTNs como parte do interesse próprio nacional (assim como os argumentos tradicionais) que podemos usar com os doadores, e estamos vendo esses argumentos aparecerem cada vez mais. No entanto, para além de argumentos convincentes, ainda precisamos de pacotes específicos para levar aos doadores para a mobilização de recursos.

No final de 2023, a OMS divulgou o seu comunicado sobre o clima, as DTN e a malária, e sabemos que será publicado em breve um documento mais completo que conterá algumas provas excelentes sobre as DTN específicas que estamos a ver serem afectadas pelas alterações climáticas.

O ângulo das alterações climáticas também se alinha, em algumas áreas, com o ângulo da pandemia de PPR, pelo que não deixaremos de utilizar estes argumentos quando puderem ter maior impacto.

Pode descrever brevemente quais são os seus planos para a Assembleia Mundial da Saúde em Genebra?

De momento, estamos a reunir os planos dos parceiros para identificar oportunidades de colaboração. No que diz respeito aos eventos dirigidos aos Ministros da Saúde, estamos a ver até que ponto podemos fazer as coisas coletivamente em vez de termos vários eventos sobre DTN a competir potencialmente uns com os outros, especialmente porque o tempo dos Ministros da Saúde é valioso.

Por exemplo, se quisermos fornecer informações aos Ministros da Saúde sobre várias doenças ou áreas temáticas, podemos organizar uma sessão de informação sobre DTN que forneça vários pontos aos ministros sobre vários tópicos, tirando partido do facto de estarem no mesmo local, em vez de organizarmos potencialmente três ou quatro reuniões de informação separadas?

Reservámos provisoriamente um espaço na WHA que podemos utilizar para vários pontos de informação. Neste momento, estamos a desenvolver planos que partilharemos através do Grupo de Coordenação das Comunicações (CCG) e dos parceiros que nos contactaram, à medida que forem sendo definidos. Do CCG, temos também os seguintes pormenores dos planos emergentes:

(N.B.: todos a confirmar)

• Evento paralelo sobre o verme da Guiné - liderado pelo Centro Carter
• Evento paralelo sobre Noma - liderado por Elysium, Associação de Sobreviventes de Noma
• A Fundação Anesvad co-organiza o evento paralelo, trazendo um jornalista - pretende entrevistar investigadoras do Sul Global - potencial podcast em direto
• ISNTD - evento paralelo sobre a dengue, porta de entrada para a parceria no domínio da saúde mundial (título possível: Aproveitar a dengue num mundo difícil: uma porta de entrada para a cooperação internacional em matéria de ameaças à saúde mundial)
• Evento Devex - inclui painel sobre NTDs